A Kabbalah e a Linguagem dos Ramos
A linguagem universal por trás dos grandes clássicos
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A ciência sagrada que se encontra subjacente nas narrativas da Tanakh, conhecidas pelos sacerdotes (כהנים kohanim**)** mantenedores do Templo e das tradições místicas entregues por Moshé, assim como em tantas outras culturas antigas, estava focada nas três áreas de conhecimento que poderiam demonstrar, de forma inequívoca, a unificação epistemológica entre o finito e o infinito que eram parte do mistério central de sua cosmologia. Estas três áreas são: a geometria (tanto terrestre como astronômica), o som (tanto harmônico quanto linguístico), e os números perfeitos - a geometria envolvendo o domínio do limitado, som o ilimitado, e o número capaz de trazer estas polaridades inversas em perfeita relação. São estas mesmas três áreas da ciência sagrada (visto possuir ela, muitos mais sub-ramos de conhecimento, e.g., a linguística, astronomia, a magia, etc.) que se encontram cuidadosamente codificadas no relato da criação em Gênesis (Parashat Bereshiyt), que especificamente detalha os números de dias sendo organizados pelas chaves das harmonias musicais e das formas geométricas do , a .
A Linguagem dos Ramos, empregada por qabbalístas através dos séculos, é capaz de nos revelar a perfeita conjunção entre som, forma e número no processo da criação, sendo que tal asserção é claramente percebida nos primeiros versos dos antigos textos da tradição qabbalística, a Sefer Yetzirah. Assim, entre a escrita e/ou redação final dos primeiros capítulos de Bereshiyt (Gênesis)e da Sefer Yetzirah, houve uma continuidade de entendimento da relação criativa entre som, forma e número que aponta para o corpo tradicional de ensinos esotéricos, e das instituições designadas à sua preservação.
Esta é a geometria que finalmente surge do contexto que pareceria mais uma chave iniciatória, aquela que encontramos no Diagrama da Árvore da Vida. Também, pode-se notar o componente cosmológico do entendimento sacerdotal, a doutrina secreta em sua mais pura forma. O presente artigo, explorará esses aspectos profundamente e também proverá uma plena justificação histórica como parte da tese principal defendida pelo . Entre os temas discutidos, a prática da gematria e sua importância em revelar os níveis de sugestão alegórica, comparações, mistérios e fundamentos ocultos em 5 níveis de leitura: a narrativa, a mitológica, os números perfeitos, as formas, e o arquétipo - contemplação última das realidades superiores.
A geometria sagrada da Qabbalah nos liga diretamente ao hermetismo grego e a Pitágoras. Por isso, qualquer tentativa de estudo do tema que desconsidere as devidas correspondências entre esses dois sistemas de filosofia, não nos trará o completo quadro por diversas razões óbvias; a influência do helenismo sobre o judaísmo do primeiro século, e a fusão de conhecimentos de ambas as tradições na literatura, com destaque para a Septuaginta Grega.
Algum tempo entre os séculos quinto e sexto A.C., os gregos descobriram o infinito. O conceito era tão sobrepujante, bizarro, tão contrário a toda intuição humana típica, e acabou por confundir os antigos filósofos e matemáticos que o descobriram, causando dor, insanidade, e pelos menos um assassinato. Hippasus de Metapontum (530 - 450 a.C.) foi um filósofo grego e discípulo de Pitágoras. Não há muita informação disponível sobre sua vida ou suas crenças, no entanto, ele é ocasionalmente dado crédito por descobrir a existência de números irracionais.
Os pitagóricos teriam ficado chocados com a revelação de números irracionais, e acredita-se que Hippasus tenha perecido no mar como resultado dos deuses o punirem por revelar isso. Mas dos poucos textos antigos que incluem este conto, Hippasus ou não é identificado pelo nome (por exemplo, Pappus), ou afirma-se que ele pereceu após revelar como construir um dodecaedro em uma esfera.
As consequências da descoberta teriam profundos efeitos no mundo da ciência, matemática, filosofia, e consequentemente da religião por dois milênios e meio mais tarde.
Já temos evidência de que os gregos chegaram à ideia do infinito devido aos persistentes paradoxos atribuídos a Zenão de Elea (495-435.). O mais bem conhecido desses paradoxos é o que Zenão descreve uma corrida entre Aquiles, o mais rápido dos corredores da antiguidade, e uma tartaruga. Por ser bem mais lenta, a tartaruga é permitida sair na frente. Zenão raciocinou que, pelo tempo em que Aquiles alcançasse o exato ponto em que a tartaruga iniciou a corrida, a tartaruga já teria alcançado alguma distância. Consequentemente, pelo tempo em que Aquiles chegasse ao ponto de partida da tartaruga, ela já teria avançado ainda mais. O argumento continua dessa forma até o infinito. Portanto, conclui Zenão, a rápido Aquiles nunca poderia alcançar a tartaruga. Zenão inferiu desse paradoxo que o movimento é impossível sob a assunção que o espaço-tempo pode ser subdividido infinitamente muitas vezes.
Para ilustrar o paradoxo, imagine uma régua de 10 centímetros. Do centímetro 0 ao centímetro 1 existe um espaço de 10 milímetros. Do milímetro 0 ao milímetro 1 existe um espaço ainda menor e assim sucessivamente ad infinitum. Aquiles teria de percorrer todos esses espaços infinitos para alcançar a tartaruga.
Segundo a física clássica, o paradoxo não faz sentido, afinal, a velocidade de Aquiles é maior e Zenão desconsidera o tempo por julgá-lo ilusão dos sentidos.
Contudo, recentes descobertas da física quântica reacenderam o interesse pelos paradoxos de Zenão, pois foi percebido que, se um evento subatômico for monitorado continuamente, tende a ficar parado. No caso dos paradoxos de Zenão essa medição é constante e também desconsidera o tempo.
Os axiomas de Euclides são a perfeita exemplificação do princípio da inexorabilidade do universo a priori na formação do mundo a posteriori. Essa é a perspectiva apresentada no Novo Testamento como sendo o fundamento da verdadeira filosofia cristã.
“Ἔστιν δὲ πίστις ἐλπιζομένων ὑπόστασις πραγμάτων ἔλεγχος οὐ βλεπομένων.” Epístola aos Hebreus 11: 1
“É, portanto, a [perspectiva axiomática] a esperança da [justificação] da substância e sua evidência, uma concepção não observável.” (tradução).
Observe que no texto grego, se destacam as palavras (πίστις), (ὑπόστασις), (ἔλεγχος), todas as quais são oriundas do pensamento filosófico grego, e apontam respectivamente:
πίστις - a raiz de ‘epistemologia’ e, portanto, define os critérios para se alcançar o conhecimento.
ὑπόστασις - a substância, com este termo Plotino denominou as três substâncias principais do mundo inteligível: o Uno, a Inteligência e a Alma (Enneadas., III, 4, 1; V, 1, 10).
ἔλεγχος - nos diálogos de Platão, estratégia usada por Sócrates para levar seus interlocutores ao impasse - aporia. A estratégia é o ἔλεγχος e o impasse em si é a aporia.
Isso demonstra que o autor da Epístola aos Hebreus (Paulo de Tarso) estava empregando conceitos provenientes da alta filosofia grega, termos esses, que são flagrantemente ignorados por 80% das traduções da Bíblia.
Quando os israelitas deixaram o Egipto no segundo milênio A.C., eles estabeleceram o sacerdócio judaico (הכהונה היהודית). O primeiro a ocupar tal posição foi Arão (Aron), irmão mais velho de Moshé (Moisés). O ha-Kohen vestia, em volta do seu pescoço, uma cadeia de ouro com um arranjo rectangular de 12 quadrados feitos de matais preciosos, cada um simbolizando uma das Doze Tribos de Israel. Esse prato cerimonial, chamado de Urim e veTumim, este objeto era creditado como possuidor de poderes místicos (Misticismo (do grego μυστικός, transliterado mystikos, "um iniciado em uma religião de mistérios") é o contato com uma verdade espiritual, divindade ou Deus através da experiência direta, ou intuitiva.). O Urim veTumim guiou os israelitas através de sua perigosa peregrinação no deserto de Midiã (Midian). Os israelitas usaram o Urim veTumim na cerimônia na qual os Dez Mandamentos (Decálogo) foram entregues no Monte Sinai (Arábia), e então o levaram consigo através das conquistas na Terra Santa, finalmente o colocaram no Templo em Jerusalém. Com o sacerdócio, e o Urim veTumim, nasce o mysticismo judaico. Uma vez que tenhamos compreendido as implicações desse desenvolvimento, poderemos facilmente inferir que todo o sistema posterior, os sacerdotes, os profetas, o messiach, os apóstolos - todos fazem parte de um processo contínuo do grande arcano Judaico. Filo de Alexandria, testifica:
“But Moses, who had early reached the very summits of philosophy, and who had learnt from the oracles of God the most numerous and important of the principles of nature, was well aware that it is indispensable that in all existing things there must be an active cause, and a passive subject; and that the active cause is the intellect of the universe, thoroughly unadulterated and thoroughly unmixed, superior to virtue and superior science, superior even to abstract good or abstract beauty; while the passive subject is something inanimate and incapable of motion by any intrinsic power of its own, but having been set in motion, and fashioned, and endowed with life by the intellect, became transformed into the most perfect work, this world.” (On The Creation, De Opficio Mundi, p. 3, 8.)
A evidência textual apresentada pelo Brit Hadash (Novo Testamento) corrobora esse entendimento até mesmo entre os Apóstolos de Yéshua, vejamos;
“E Moisés foi instruído em toda a ciência dos egípcios e era poderoso em suas palavras e obras. E, quando completou a idade de quarenta anos, veio-lhe ao coração ir visitar seus irmãos, os filhos de Israel.” (Atos dos Apóstolos 7: 22-23.)
Mil anos mais tarde, quando os israelitas retornaram do Exílio Babilônico, os escribas escreveram interpretações secretas de significados ocultos na Torah. Estes escritos eram altamente alegóricos e seu estudo foi confiado a um grupo seleto de eruditos. Os escritos foram elaborados e expandidos logo após o início do Secundo Exílio seguindo-se a destruição romana do Templo em Jerusalém no ano 70 A.D.
Após este traumático evento, a liderança judaica se dispersou na Judéia, e um número de sábios se estabeleceram na cidade de Yavne, distante da cidade de Jerusalém na qual os judeus estavam proibidos de residir. Estes primeiros rabbis, substituindo os sacerdotes do templo, estabeleceram uma academia de aprendizado. Entre eles estava alguém que se tornaria uma grande voz de liderança espiritual para gerações de kabbalístas: Rabbi Yosef Ben Akiva (c. A.D. 50-132).
Rabbi Akiva escreveu uma coleção de documentos chamados Maaseh Merkava, ou O Caminho da Carruagem. Os escritos do Rabbi ensinaram aos crentes uma nova forma de espiritualidade. Seu método consistiu em criar imagens visuais dos palácios celestes, cujo propósito era induzir a meditação e através dela uma maior aproximação do Divino.
Um importante elemento comum entre o judaísmo de Alexandria (Egito) e o da Palestina é a especulação sobre a Sabedoria Divina que possui suas raízes bíblicas em Provérbios 8 e Jó 28. Aqui a sabedoria é vista como força intermediária por meio da qual Deus cria o mundo. Ela está presente, por meio de personificação, na obra apócrifa Sabedoria de Salomão (7:25) como “um sopro do poder de Deus, e um reflexo claro da glória do Todo Poderoso.
Rabbi Akiva teve aparentemente descoberto uma prática que talvez tenha sido bastante intensa para a mente humana. As meditações prescritas pelo Rabbi focavam na experiência fora do corpo, estados alternados de consciência, alturas de êxtase jamais conhecidas na cultura ocidental. Enquanto as visões dos palácios celestiais a caminho do UM (echad) eram vívidas e intensas, Rabbi Akiva exortava seus estudantes a não sucumbirem a alucinações ou a perderem sua noção de realidade. “Quando entrares nas pedras puras de mármore [estado de meditação],” disse ele, não digais ‘água! água!’ pois o Salmo noz diz, “’Aquele que fala falsamente não será estabelecido diante dos meus olhos.’”
O rabbi usava de passagens bíblicas e mantras que ele mesmo compunha como veículos para alcançar diferentes estados de consciência durante a meditação. Um desses utensílios era uma luz infinitamente intensa que os estudantes visualizavam, simbolizando a chaluk, ou roupagem, que revestia a Deus quando ele apareceu a Moshé no Monte Sinai (Arábia) . Em suas meditações, os estudantes buscam alcançar a intensidade de Moshé enquanto ele testemunhava a figura vestida de Deus.
Segundo a lenda, Rabbi Akiva e três dos seus companheiros entraram nos palácios de meditação juntos. Sua experiência foi tão intensa que o primeiro, Rabbi Ben Azai, contemplou a luz infinita e morreu, pois, sua alma desejou de tal forma a luz infinita que seu corpo físico se exauriu e ele não era mais. O segundo, Rabbi Ben Abuya, olhou para a luz infinita e viu dois deuses ao invés de um. Ele se tornou um apóstata. O terceiro, Rabbi Ben Zoma, contemplou a luz infinita da roupagem de Deus e perdeu sua sanidade, pois ele não foi capaz de reconciliar a vida comum com sua visão. Apenas Rabbi Akiva sobreviveu à experiência.
É importante notarmos que a obra de Rabbi Akiva foi estudada por gerações de eruditos judeus na Diáspora durante os séculos seguintes. Estes estudos ocorreram sob estrito segredo por um número de razões. Primeiro, a intensidade das experiências foram consideradas perigosas para o inexperiente. E segundo, os judeus, na época, não eram os senhores de sua terra - quer seja na Palestina ou nas terras da Diáspora - seus governantes poderiam não olhar para a iniciativa com bons olhos. Os místicos, portanto, cobriram a sua erga e frequentemente distorceram seus escritos para confundir os não iniciados. Para assegurarem-se da integridade da tradição, ela foi passada oralmente de mestre para discípulo.
No décimo século, a escola babilônica de Hai Gaon focou os seus esforços nas meditações introduzidas por Rabbi Akiva e seus seguidores na expansão de consciência individual antes do que na alternância de estados da consciência. na Palestina e na Europa, as meditações místicas permaneceram no espírito da Maaseh Merkava. O princípio norteador das meditações era que, através delas, qualquer judeu seria capaz de replicar a experiência sofrida por Moshé no Monte Sinai (Arábia) quando os israelitas receberam os Dez Mandamentos.
No décimo primeiro século na Espanha, o místico Solomon Ibn Gabirol deu um nome ao sistema de misticismo e meditações secretas judaicos. Ele a chamou de Kabbalah: a tradição recebida pelos judeus dos seus ancestrais israelitas. Estes eram os ensinos secretos, recebidos de boca a ouvido, uma transmissão direta de preciosa sabedoria espiritual. Na Espanha e em outras partes, os Kabbalístas, como eles eram agora nomeados, organizaram-se como sociedades secretas dedicadas ao estudo da antiga sabedoria Torah e dos comentários, buscando por conexões e verdades ocultas no texto sagrado. Logo, eles voltariam sua atenção ao segredo dos números.
Cada letra no alfabeto hebraico foi designada um valor numérico. Os sábios puderam observar que as palavras que possuíam o mesmo valor de letras no total eram conectadas de alguma forma misteriosa (fato já detectado pelos gregos desde os dias de Pitágoras). Este estudo dos números e significados associados ficou conhecido como gematria (plural, gematriot). As permutações das letras hebraicas eram usadas para estudar significados ocultos na Torah (os cinco livros de Moshé) por antigos kabbalístas na Palestina. De fato, uma leitura da Epístola aos Gálatas escrita pelo ex-fariseu, então um missionário cristão, Shaul, mais bem conhecido como o Apóstolo Paulo, menciona especificamente a palavra ‘qabbalah’ ao fazer menção de sua trajetória no judaísmo do primeiro século, tempo em que o tanaísmo, promovido pelo maior de todos os Rabbis, Gamaliel, o Rambam, estava em plena força. Ele relata:
As palavras hebraicas são da edição da Sociedade Para a Distribuição das Escrituras Hebraicas, Inglaterra. Elas são:
קִנֵּאתִי לְקַבָּלַת אֲבוֺתָי - qineti le’qabbalat avotai - “zeloso segundo a qabbalah dos meus pais.”
Assim, podemos perceber de forma clara que esse termo ‘qabbalah’ é mais antigo do que nos foi antecipado. Esse era o termo oficial para designar a ‘tradição oculta’ passada desde os primórdios em cadeia até o primeiro século, tempo que a efervescência filosófica chegou aos seu ápice e muitas ramificações, oriundas do judaísmo, se dividiram motivadas pela intepretação da Torah e pela interferência estrangeira promovida pela ocupação romana. Neste contexto nasce o cristianismo na Síria. Porém em Jerusalém, já havia nascido o movimento נצרות (nitzerut), encabeçado por Yéshua e seus seguidores. O segundo século daria origem aos ebionitas, termo empregado pelos cristãos patrísticos para se referir aos cristãos de orientação judaica.
No décimo segundo século, kabbalístas franceses acrescentaram a prática da meditação baseada no Tetragrama - as quatro letras do nome de Deus, YHWH. Estas meditações incluíam exercícios respiratórios e gestos corporais em adição ao estudo dos valores numéricos das letras do Tetragrama.
Em 1280, o Kabbalísta espanhol Moses de Léon escreveu um estudo épico sobre a kabbalah no qual ele reuniu todos os mais importantes elementos da meditação e do misticismo conhecido desde os tempos antigos até a sua própria era. O livro foi intitulado, Sepher Ha-Zohar, ou o livro do esplendor - a luz intensa, a luz da infinitude de Deus. O Zohar foi o direto resultado da experiência mística de Léon, o produto de suas meditações sobre o Nome Divino. Ele foi escrito na antiga língua enigmática do aramaico, a língua franca do Oriente Médio durante a aurora da civilização.
As raízes do Zohar estão profundamente conectadas à antiga tradição da kabbalah de Shimon Bar Yochai, um estudante do Rabbi Akiva. Até o presente dia, o Zohar é considerado o mais importante livro da literatura kabbalística.
Há mais de 3.000 anos, uma língua chamada aramaico foi desenvolvida. Os primeiros estados arameus usaram-na como sua língua oficial, e os impérios assírio e persa mais tarde a adotaram como sua língua comum ou língua franca.
Até mesmo o aramaico é usado com moderação na Bíblia. A declaração de Labão, o arameu, de yegar sahaduta em Gênesis 31:47 serve como uma ilustração.
Targum Onkelos e Targum Jonathan são versões aramaicas ocidentais da Bíblia que datam da era Mishnaica. Alguns afirmam que essas traduções da Torá para o aramaico (targumim) datam de Moisés no Monte Sinai e eram originalmente parte da tradição oral.
Quando os judeus ergueram o Segundo Templo após seu exílio na Babilônia, eles falavam principalmente aramaico. O hebraico era conhecido como a "língua sagrada", e era usado apenas para fins piedosos, como oração. Não era empregado para interações sociais ou comerciais cotidianas.8 Para garantir que fosse compreendido por todos, o Talmud foi escrito na língua comum da época, o aramaico. Afinal, o propósito do aprendizado é compreendê-lo para que possamos aplicá-lo ao nosso dia a dia.
Mais tarde, durante as conquistas islâmicas, o aramaico foi ultrapassado pelo árabe como língua comum do Oriente Médio. É por isso que algumas das maiores obras judaicas, como as de Rabi Saadiah Gaon e Maimônides, foram escritas em árabe.
A última mitzvah na Torá é a obrigação de todo judeu escrever um rolo da Torá, como os versículos afirmam: "Agora, escrevei para vós mesmos esta canção e ensinai-a aos filhos de Israel. Colocai-o em suas bocas, a fim de que este cântico seja para Mim como testemunha para os filhos de Israel". 9 O Talmud explica que esses versículos indicam uma obrigação de cada pessoa escrever toda a Torá.
Um rolo da Torá era o único documento que os judeus podiam legitimamente usar para estudo em tempos anteriores, quando era proibido para nós registrar a Lei Oral, de acordo com o renomado rabino talmudista Asher ben Yechiel (c. 1250-1327), também conhecido como Rosh. Devido a isso, escrever um rolo da Torá também era um mandamento que só poderia ser executado dessa maneira.
Portanto, os sábios estavam cumprindo o requisito de escrever a Torá quando escreveram suas obras em aramaico ou árabe, em vez de apenas por razões práticas. Afinal, é um mandamento escrever a Torá de uma forma que seja fácil para os leitores entenderem. O aramaico ou árabe era a língua a ser utilizada para satisfazer o mandamento de escrever uma Torá se a maioria dos judeus falasse ou entendesse essas línguas.
O processo "Gemara" foi realizado nos dois principais centros acadêmicos judaicos da época, a Galileia e a Babilônia. Assim, duas escolas de pensamento surgiram e dois textos talmúdicos foram produzidos. O Talmud Yerushalmi ou Talmud de Jerusalém é o nome da compilação anterior. Foi montado na Galileia durante o século IV. O Talmud Babilônico foi criado por volta do ano 500, enquanto revisões foram feitas nos anos seguintes.
Embora os editores do Talmud de Jerusalém e do Talmud Babilônico mencionem cada um a outra comunidade, a maioria dos estudiosos acredita que esses documentos foram escritos de forma independente; Louis Jacobs escreve: "Se os editores de um tivessem tido acesso a um texto real do outro, é inconcebível que eles não tivessem mencionado isso. Aqui o argumento do silêncio é muito convincente." ("Talmud". A Concise Companion to the Jewish Religion. Louis Jacobs. Oxford University Press, 1999, page 261).
Então, agora que você sabe por que o Talmud foi escrito em aramaico, é hora de você sair e pegar seus próprios livros judaicos. Não só você estará fazendo uma mitsvá, você pode até acabar aprendendo algo novo!
As passagens aramaicas da Bíblia hebraica, ou da Bíblia aramaica pertencem a uma espécie única de literatura e apresenta fragmentos da língua aramaica, o que em si mesmo se encontra bem documentado, o corpus geral não é unificado, quer literalmente quer linguisticamente.
Por isso, para referir-se a esse comportamento das partículas subatômicas, foi criado o termo pelos físicos indianos Misra e Sudarsha em 1977, como resultado de pesquisas sugeridas pelo físico austríaco , autor do experimento do , em 1935.
Na tradicional, um axioma, ou postulado é uma ou que não é provada ou demonstrada e é considerada óbvia ou como um consenso inicial necessário para a construção ou aceitação de uma . Por essa razão, é aceito como verdade e serve como ponto inicial para de outras verdades (dependentes de teoria). Portanto, sem axiomas, não há ciência, pois aqueles que introduzem teorias partem de verdades não ainda evidenciadas.
De fato, a Torá (os cinco livros de Moisés), os Nevi'im (profetas) e os Ketuvim (escritos) contêm aramaico, de acordo com o Talmud de Jerusalém (Sotah 7:2.). Eventualmente, durante o período aramaico médio (aproximadamente 200 a.C.-200 d.C.), o aramaico começou a se dividir em dois grandes grupos de dialetos, as línguas aramaicas orientais e ocidentais @Yona Sabar, . As línguas aramaicas ocidentais foram usadas em grande parte na área que estava sob domínio romano (e mais tarde bizantino). O Talmud de Jerusalém, composto em Israel, é escrito em um dialeto aramaico ocidental. As línguas aramaicas orientais floresceram no Império Persa e, como resultado, o Talmude Babilônico, escrito na Babilônia dominada pelos persas, está em um dialeto aramaico oriental.