Técnicas de Previsão
Astrologia na Mesopotâmia, sua História
A astrologia babilônica foi o primeiro sistema organizado conhecido de astrologia, surgindo no segundo milênio a.C. Na Babilônia, assim como na Assíria como um ramo direto da cultura babilônica, a astrologia toma seu lugar como um dos dois principais meios à disposição dos sacerdotes (que eram chamados de "inspetores") para averiguar a vontade e a intenção dos deuses, sendo o outro através da inspeção dos fígados dos animais sacrificados (ver presságio).
Na obra "Astrology in Ancient Mesopotamia", o autor Michael Baigent, na página 150-151, nos diz:
"Other such texts detail the mystical numbers associated with each god, the plants, the metals, the precious and the semiprecious stones. These works give a brief glimpse into what must have been a rich and complicated secret tradition, accessible only to the privileged few."
"Outros textos detalham os números místicos associados com cada deus, as plantas, os metais, as pedras preciososas e semipreciosas. Estas obras nos dão uma visão breve do que devia ser uma tradição rica, secreta e complicada, accessível apenas aos poucos privilegiados."
Essa associação é revelante para nós, pois ela destaca as relações entre os números sagrados e a leitura da ciência astrológica, associada semelhantemente, a números, dias, meses, e anos.
Já na página 152, ele finaliza com as palavras:
"A secret of the great gods. May the initiate instruct the initiate. Let the uninitiated not see."
"Um segrado dos grandes deuses. Que o iniciado possa instruir o iniciado. Deixe com que o não-iniciado não veja."
Na épica obra "Enuma Elish", somos informados da tradição de considerar os deuses (planetas) como influenciando a nossa vida e os nossos assuntos, ela nos diz:
Most conspicuous among these is the name of Marduk, the great Babylonian sky god, who appears in the book of Esther as Mordecai the Benjaminite–as also does the goddess Ishtar appear as Esther herself. The deity Apsu represents the watery abyss which was believed, since before the Classical Age, to underlie the earth; and this conception holds in references to the Abyss. But the name of Tiamat is also retained within the Genesis chapter 1 word for the ‘deep’, which is ‘tehom’; also used in the book of Isaiah:
[1] Awake, awake, put on strength, O arm of the LORD; awake, as in the ancient days, in the generations of old. Art thou not it that hath cut Rahab, and wounded the dragon? Art thou not it which hath dried the sea, the waters of the great deep [tehom]; that hath made the depths of the sea a way for the ransomed to pass over? (Isaiah 51:9-10, KJV)
Stephany, Timothy. Enuma Elish: The Babylonian Creation Epic (p. 2). Unknown.
O mais notável deles é o nome de Marduk, o grande deus do céu babilônico, que aparece no livro de Ester como Mardoqueu, o Benjaminita – assim como a deusa Ishtar aparece como a própria Ester. A divindade Apsu representa o abismo aquático que se acreditava, desde antes da Idade Clássica, estar subjacente à terra; e essa concepção se mantém em referências ao Abismo. Mas o nome de Tiamat também é mantido dentro da palavra Gênesis capítulo 1 para o "profundo", que é "tehom"; também usado no livro de Isaías:
[1] Despertai, despertai, revesti-vos de força, ó braço do Senhor; despertar, como nos tempos antigos, nas gerações de antigamente. Não és tu que cortaste Raabe e feriste o dragão? Não és tu que secaste o mar, as águas das grandes profundezas; que fez das profundezas do mar um caminho para os resgatados passarem? (Isaías 51:9-10)
Stephany, Timothy. Enuma Elish: The Babylonian Creation Epic (p. 2). Unknown.
Essa associação, de carácter astroteológica, nos é feita no Livro de Ester (ishtar), vejamos o que nos diz o texto em original:
"E quando Hamã viu que Mardoqueu não se curvava, nem ele reverenciava, então Hamã estava cheio de ira." (Mardoqueu), agora vejamos o texto antes do calque ortográfico.
Vemos que a palavra aramaica, no texto de Ester, reza "Mardakai,", ou seja, Marduk, para os Babilônios, mas que eram também de conhecimento dos persas. O texto, de forma bastante analógica, menciona o mito babilônico descrito na Enuma Elish, e revela que Marduk, deus da luz (Júpiter, Baal, Tor) recusa a se prostrar perante Haman, representando a força do caos (tiamat, tehom) e que buscava eliminar os judeus durante o período de reinado de Ciro, o grande, rei da Pérsia. Essa alusão simbólica, mostra como os antigos escribas usavam a mitologia (arquétipos, planetas, constelações) para apontar para a verdadeira natureza por trás de eventos que, de outra forma, seriam vistos como típicos pelos não iniciados nos mistérios.
Nesta passagem, a Tanakh nos revela a importância da astrologia em relatar realidades imperceptíveis diante dos 5 sentidos percepcionais.
O calendário lunar judaico
O calendário judaico ou hebraico (do hebraico: הלוח העברי) é o calendário que os judeus usam há 5 mil anos. O calendário judaico é um calendário lunissolar cujos meses são baseados nos ciclos da lua, enquanto o ano é regularmente ajustado conforme o ciclo solar. Isso significa que o ano tem de 12 ou 13 meses e pode ter de 353 a 385 dias.
Há mais de três milênios, o povo de Israel usa o calendário lunissolar para marcar aniversários, falecimentos, casamentos, festividades, serviços religiosos e outros eventos.
De acordo com os achados arqueológicos, os hebreus adotaram o calendário lunar cananeu para sincronizar o ano com as estações na Idade do Bronze ou no início da Idade do Ferro. O calendário consistia em um ano de doze meses e trinta dias, com cinco ou seis dias de intervalo entre eles. A Bíblia Hebraica, ou Tanach, diz que a contagem dos meses foi baseada nas fases da lua que ocorreram desde o Êxodo. Conforme as inferências bíblicas e o calendário de Gezer, os hebreus usavam meses lunares antes de serem confinados na Babilônia. O equinócio vernal marca o início do calendário religioso, enquanto o calendário civil, como no calendário egípcio, marca o início do calendário outono. Abibe ou Nissan era o primeiro mês do calendário religioso e o sétimo do calendário civil.
O mês de Adar I (13 mês)
O mês de Adar
10 de Adar de 5767
O calendário judaico apresenta esta data em sua totalidade, 10 de Adar de 5767, e os judeus têm em mente que sua duração é após o pôr do sol até ao pôr do sol.
Um calendário comparativo judaico/gregoriano simples apresenta esta data da seguinte forma: 10 de Adar de 5767 ⇔ 28 de fevereiro de 2007.
Com base nas informações apresentadas, vemos que 10 de Adar de 5767, quando comparado com o calendário gregoriano, começou exatamente após o pôr do sol de 27 de fevereiro de 2007 e terminou no pôr do sol do dia 28 de fevereiro de 2007.
Os dias da semana
O critério na definição do primeiro dia da semana
Segundo a obra já citada, os sacerdotes babilônicos esperavam, estudando os céus a cada noitinha (após o pôr do Sol), até com que a Lua Crescente fosse vista. Então eles declaravam oficialmente o princípio do mês (Nisannu). Em tempos modernos, esta mesma data varia entre os dias 13 de março e 11 de abril. Observe os números constantes, 11 e 13.
Nisannu era um mês especial para os babilônios, e os seus primeiros 11 dias eram ocupados por um grande festival religioso, que tocava profundamente a antiga sociedade mesopotâmica.
Para os judeus, esse dia se tornaria, após o exílio babilônico, o 14 de Nissan, a páscoa sagrada, a passagem desde as trevas até a luz. Vejamos a simbologia:
Técnicas de previsão astrológica
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